quarta-feira, 9 de novembro de 2016

"Canilla"

Dia 07 de novembro foi o dia do jornaleiro na Argentina. Lá os vendedores de rua de jornal são chamados de "CANILLITAS". Contam que em primeiro de janeiro de 1.898, o Diario La República começou a ser distribuído nas ruas de Rosário por um grupo de meninos que levava o jornais embaixo do braço e gritava: "La República a medio peso", Esse fato foi uma grande novidade, pois os jornais,até então, eram distribuídos pelo correio, por assinatura,ou no local de impressão.

O chefe de redação era Florêncio Sanchez. Ele viu um desses meninos trabalhando com calças curtas que eram anteriores a seu crescimento, o que fazia aparecer as canelas magras e fracas. Inspirado nessa cena, criou uma obra teatral cujo o personagem principal era um deles.

A obra foi representada pela Companhia de Zarzuelas com tanto exito, que permanceu em cena por doze dias. Na primeira cena o personagem cantava o seguinte estribilho:

“Soy canillita / gran personaje / con poca guita / y muy mal traje”. A obra se entitulava "canillita".
Isso me fez lembrar do tango "Para Vos, Canilla", de autoria de  Horacio Quintana e Julio Martín. Esse foi o primeiro tema que gravou o cantor Rubén Juárez e marcou o começo de sua brilhante história como cantor.

O mais interessante é que esse êxito aconteceu numa época em que o tango não estava entre as preferências musicais. Falo do ano de 1.969. Por isso, mais valor adquire esse fato. 

O tango é como as marés, sofreu épocas de vazante e outras de ressaca. Mas ele sempre seguiu fascinando, com sua magia bruxa.


Ei-lo:


Manos laburantes moldearon tu arcilla,
mezcla milagrera de obrero y gorrión,
quien nace diariero morirá canilla,
cumpliendo en la vida la ley del pregón.
Por vos Buenos Aires se despierta al alba,
colgando en el aire sus trapos al sol,
sos el estribillo de un tango que arranca
allá entre las teclas de una redacción.

Canilla
quien peina canas diarieras
habra soñao cien quimeras
que el tiempo hizo mil astillas.
Canilla
peleando la vida a gritos
ganaste un kilo de amigos
que tu parada acaudilla.
Hermano
la noche me dio un barato
pa’ estar en tu esquina un rato
y evocar con tu pregón
una leyenda sencilla
que cuenta como a un canilla
la vida lo hizo gorrión.

Pegao a tu silbo anda siempre un tango,
hijo de la noche que se arrima a vos,
porque sabe en fija que tiene un amigo
en todos los sitios donde hay un pregón.

Nenhum comentário:

Postar um comentário