sábado, 3 de dezembro de 2016

San Pugliese

Ontem foi o aniversário de Osvaldo Pugliese, um ídolo, um gênio. Tinha
multidões de adoradores e não é para menos. Sua obra fala por si. Foi um expoente da escola Decareana e pintou com excelência e brilhantismo cada tema. Foi fundador de uma cooperativa de músicos e incentivava os membros de sua orquestra a comporem. Esteve preso muitas vezes por suas convicções políticas, mas sua orquestra nunca o abandonou. Viveu o que acreditava. Ensinou música na cadeia. Quando não podia apresentar-se, colocavam uma rosa no piano, para lembra que sempre estava. Deixo um link da Televisión Pública argentina. 
Bailemos Pugliese!

http://www.tvpublica.com.ar/articulo/san-pugliese-cumpliria-111-anos/

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A estrela Dalva

Dalva de Oliveira foi considerada a rainha da voz e chamada de O Rouxinol do Brasil. Tinha uma extensão vocal que ia do contralto ao soprano. A minissérie sobre ela omitiu muitos fatos que dariam vários tangos pela dramaticidade e tragédia pessoal que representaram em sua vida. Em meados dos anos 1950, excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, na qual conheceu Tito Climent, que se tornou seu empresário e depois marido, pai de sua filha. 

Viveu em Buenos Aires só retornando em 1963, mas lá gravou, com sucesso, alguns tangos com a Orquestra de Francisco Canaro, logo editados no Brasil, entre os quais "Lencinho Branco", que foi muitíssimo executado. Fazem parte de sua discografia Os Tangos Mais Famosos na Voz de Dalva de Oliveira (1957), Tangos (1961), Tangos - Volume II (1963) e La romantica Dalva de Oliveira (Argentina) (1966), com tangos e boleros.


Ela tinha a voz, o drama e a emoção à flor da pele. Cantou em Londres na festa de coroação da rainha Elizabeth II.


No dia 30 de agosto de 1972, às 17h15, aos 55 anos, Dalva de Oliveira veio a óbito.


A morte da cantora comoveu o Brasil. Debaixo de uma chuva fria, milhares de pessoas compareceram ao Teatro João Caetano, no centro do Rio de Janeiro, onde o corpo foi velado. 

A vigília durou 17 horas, com uma fila enorme de amigos, familiares, artistas, políticos, todos querendo prestar a última homenagem. Quando o corpo foi retirado do teatro, mais de trinta mil pessoas, aglomeradas na Praça Tiradentes, acenavam os seus lenços.

O cortejo levou duas horas para atravessar a cidade do Rio de Janeiro e chegar ao cemitério Jardim da Saudade. Como Dalva de Oliveira previra, a cidade e o seu povo pararam. Meio milhão de pessoas espalharam-se pelas calçadas dos bairros por onde o cortejo passou para despedir-se.

Com vocês, a Estrela Dalva

https://youtu.be/7oPfTAq4GcA

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

"Canilla"

Dia 07 de novembro foi o dia do jornaleiro na Argentina. Lá os vendedores de rua de jornal são chamados de "CANILLITAS". Contam que em primeiro de janeiro de 1.898, o Diario La República começou a ser distribuído nas ruas de Rosário por um grupo de meninos que levava o jornais embaixo do braço e gritava: "La República a medio peso", Esse fato foi uma grande novidade, pois os jornais,até então, eram distribuídos pelo correio, por assinatura,ou no local de impressão.

O chefe de redação era Florêncio Sanchez. Ele viu um desses meninos trabalhando com calças curtas que eram anteriores a seu crescimento, o que fazia aparecer as canelas magras e fracas. Inspirado nessa cena, criou uma obra teatral cujo o personagem principal era um deles.

A obra foi representada pela Companhia de Zarzuelas com tanto exito, que permanceu em cena por doze dias. Na primeira cena o personagem cantava o seguinte estribilho:

“Soy canillita / gran personaje / con poca guita / y muy mal traje”. A obra se entitulava "canillita".
Isso me fez lembrar do tango "Para Vos, Canilla", de autoria de  Horacio Quintana e Julio Martín. Esse foi o primeiro tema que gravou o cantor Rubén Juárez e marcou o começo de sua brilhante história como cantor.

O mais interessante é que esse êxito aconteceu numa época em que o tango não estava entre as preferências musicais. Falo do ano de 1.969. Por isso, mais valor adquire esse fato. 

O tango é como as marés, sofreu épocas de vazante e outras de ressaca. Mas ele sempre seguiu fascinando, com sua magia bruxa.


Ei-lo:


Manos laburantes moldearon tu arcilla,
mezcla milagrera de obrero y gorrión,
quien nace diariero morirá canilla,
cumpliendo en la vida la ley del pregón.
Por vos Buenos Aires se despierta al alba,
colgando en el aire sus trapos al sol,
sos el estribillo de un tango que arranca
allá entre las teclas de una redacción.

Canilla
quien peina canas diarieras
habra soñao cien quimeras
que el tiempo hizo mil astillas.
Canilla
peleando la vida a gritos
ganaste un kilo de amigos
que tu parada acaudilla.
Hermano
la noche me dio un barato
pa’ estar en tu esquina un rato
y evocar con tu pregón
una leyenda sencilla
que cuenta como a un canilla
la vida lo hizo gorrión.

Pegao a tu silbo anda siempre un tango,
hijo de la noche que se arrima a vos,
porque sabe en fija que tiene un amigo
en todos los sitios donde hay un pregón.

domingo, 6 de novembro de 2016

Vale assistir um  recente show:

Nobleza de arrabal, dirigido por Eduardo Bertoglio, onde a cantora e atriz Jana Purita percorre o repertório de Nelly Omar, evocando histórias e anedotas de sua vida.

Nobleza de arrabal será realizada em Nivangio (Colombres 946) e também terá a presença de cantores convidados como Dolores Solá (5/11), Patricia Andrade (12/11), Neli Saporiti (19/11) e Julia Calvo (26/11 ).
Eis a protagonista. Diretamente do site de Fractura expuesta.



sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O tango é vivo.

Converso com muitos amigos sobre o tango. Faz tempo que pesquiso sobre vários temas desse universo. Pois hoje o assunto são os compositores contemporâneos. A chegada deles ao panorama é um inegável aporte para a poesia do gênero. A atividade ininterrupta e o conjunto das obras se somam para desmentir o repetido lugar comum da ausência de poetas e letristas nas últimas décadas do tango.
Tive certeza, depois de encontrar algo interessante, faz algum tempo, mas que ocorreu-me publicar hoje:

Vuelve El Tango
La Guardia Hereje
Me leyó una gitana en la borra del café que vuelve el tango
Una ambulancia prende la sirena de las pizzas y los malabaristas de luz roja apuran el mangazo
Una pareja se jura al celular las dos horas de trampa en algún telo
Y alguien solo en una pieza busca en el diario el delivery de trolas... vuelve el tango
Y que vuelva nomás, si está en su casa
Bienvenida de mates y gorriones, bienvenida de vinos y de farra
Por su primer amor que fue milonga
De su primer amor que fue guitarra
Lo habían apoliyado tenores engolados
Lo encerraron en museos repetidos, en telarañas de sombras de versiones
Los que quisieron salvarse con carlitos, con el gordo, con el tano
Lo hicieron tan cornudo que aburrieron, lo exportaron, le llenaron de sellos el pasaporte
Lo pisotearon atléticos bailarines que saltaban demasiado
A él, que nació maldito y malparido en pesebres de patios y kilombos,
Lo crucificaron en la resurrección de cumparsitas
Señores, vuelve el tango, muzzarella y sin barullo
A reclamar de nuevo lo que es suyo
En plena juventud de sus 100 años, vestido de bacán y en zapatillas
Se dejó el funyi viejo para que no vayan a creer que da vergüenza
Se arrancó el quincho zanahoria, la biyú de lunfardos oxidados,
Se sopló las frituras de la solapa y se vino, en bondi
Lo acompañan musiqueros a la gorra, un coro de diarieros y de pibes,
De choborras, de chorros de autopartes
Dicen que se fue del barrio, cuando?...siga, siga!...y la pelota no se mancha
Vuelve el tango, y que bufen los eunucos!
Me leyó una gitana en la borra del café que vuelve el tango
Se escapó de enredadas partituras
Los que no lo conocen lo pedían
Alguien lo dio por muerto, qué locura!, si era siesta, nomás,
La que dormía.

Alorsa

Cantautor de la guardia hereje

domingo, 30 de outubro de 2016

Seção Pipoca

Gosto de cinema, como arte e encantamento. Assisti o filme e comprei o DVD de Fermín, em Buenos Aires. É uma história contada em forma de Tango, onde são feitos relatos da chamada época de ouro, a década de 1.940, na qual essa cultura fervilhava nas ruas de Buenos Aires. O enredo apresenta um paciente, de um sanatório que se comunica usando frases de Tango, e um médico psiquiatra, em busca da recuperação do protagonista. Cada um ajudará o outro em sua evolução pessoal. O Tango criará um elo entre eles.
Vai o link para assistirem: http://www.repelis.tv/iframe/vimple/44657

sábado, 29 de outubro de 2016

En un "feca"

En un “feca”   

Eu sou uma defensora empedernida da amizade e do convívio.  Adoro um café. O vapor que sai da taça sempre me faz sentir aconchegada. Entre tantas coisas interessantes, a conversa sempre é a melhor coisa do cardápio. O assunto, inspirado no ambiente e em vivências, às vezes, recai no Tango. Hoje lembrei de um lindo tema, que amo dançar e ouvir. É “Comme Il faut”. A mesmíssima  música aparece como Comparsa Criolla.
Primeiramente, pensei tratar-se daqueles tangos que tiveram que mudar seu nome por alguma proibição política. Fui pesquisar e descobri um universo.
Sempre é importante ter em conta que a história do tango tem muitas lacunas, que já foram incorporadas à categoria de enigmas definitivamente sem solução, devido ao caráter inorgânico que ele naturalmente teve nos prolongados anos de sua gestação; à boemia de seus autores e à falta de editorias, entre muitas outras coisas.
O tema que foi “servido à mesa” também carece de documentos, existindo somente referências orais.
Comme Il faut leva a firma e o talento de Eduardo Arolas e Cumparsa Criolla foi apresentado por Rafael Iriarte. Arolas gravou em 1.918 (disco da RCA Víctor 72746, lado A).
O conjunto era intergrado por Arolas no bandoneón, Juan Marini no piano, Rafael Tuegols e Atilio Lombardo nos Violines e Alberto Paredes no cello. Iriarte apresentou Comparsa criolla em 1930, no 7º concurso do selo de discos Nacional, que se realizou no cinema Electric da Caje Lavalle 836. O tema obteve um prêmio na categoria "música sola".

 Eduardo Arolas morreu em Paris em 17 de setembro de 1.924, pelo que não há nenhum dado desse personagem principal sobre uma eventual co-autoria de Comme il faut por parte deste e Iriarte, como alguns sustentam. Ademais, salvo em algum caso excepcional, Arolas criava seus temas inspirados em raptos geniais, que amigos e companheiros, que estavam com ele no momento, necessitavam plasmar na pauta musical.

Francisco Canaro gravou Comparsa criolla no mesmo ano que apareceu no concurso. Dizem os autores que Pirincho era muito amigo de Arolas e foi despedir-se dele no porto quando El Tigre del fueye embarcou na viagem definitiva e fatal à Paris. Por isso, não registrou Comme il faut, quando viu a semelhança de ambos os temas.
Ricardo Tanturi, que gravou muito poucos temas instrumentais, apenas 14, registrou Comparsa criolla em 16 de junho de 1941, em uma excelente versão.

Carlos Di Sarli gravou 3 vezes Comme il faut, em 1947, 1951 y 1955. Não se interessou pelo tema de Iriarte e foi um dos que com mais firmeza sustentou que eram o mesmo tango.

O mesmo aconteceu com Aníbal Troilo, cujo primeiro tema gravado, em 7 de março de 1938, foi Comme il faut. O disco trazia, no outro lado, Tinta verde de Agustín Bardi. Ambas com um ritmo maravilhoso.

Quando estudou Comparsa criolla, foi  lapidário: "No, ya está, es Comme il faut".
Arolas foi um grande. Em Paris era tão famoso como criticado. Era adito ao álcool e às drogas e tinha como trabalho o de cafetão e com isso os riscos que derivam de tal ofício. Uma noite, em 1.924, foi

emboscado por uma patota de rivais que lhe deu uma grande surra e um tiro de graça. Os amigos disseram que morreu no hospital vitima de tuberculose. Não foi assim. Morreu na rua e na sua lei. Tinha apenas 32 anos e lhe chamavam “El tigre del Bandoneon”. Enrique Cadícamo lhe dedicou um poema a seu triste e solitário final: “En esta calleja/ solo y amasijao por sorpresa/ fue que cayó Eduardo Arolas/ por robarse una francesa”.

domingo, 23 de outubro de 2016

Villa Urquiza Barrrio de Tango


Jorge Daniel Dispari y Maria Del Carmen Romero de Dispari "La Turca me apresentaram muitas pessoas, através de suas histórias e relatos pessoais. Durante as magistrais aulas, tanto privadas, como grupais, traziam sempre para “bailar” nomes como Gerardo Portalea, José Lemos “Milonguita”,  Miguel Mancini, Turco José Brahemcha, “El carterito” Escalise, “Cacho” Mantegazza e tantos outros.
Desfilam com maestria um estilo, que leva o nome do bairro; Villa Urquiza, um lugar que
fica longe do centro e na zona norte portenha, mas em cujas ruas pisaram Carlos
Gardel e muitos outros ícones como Roberto Goyeneche. Esse bairro inspirou
muitos tangos. Entre eles “Villa Urquiza”:
"....Academia del Gotán
con Gerardo Portalea
que en el tango se florea
dando cátedra al bailar
....pero "Finito" se queda
pa' sacar viruta al piso".

Cada vez que nos reencontramos eles apresentam algo lindo para deleite desta sua aluna.
Eles dominam a arte de fazer o difícil parecer fácil e o fácil parecer difícil.
Pura magia.
O bairro recebeu homenagem de Celedonio Flores, que era vizinho da Sibéria (microrregião de Urquiza), que viveu entre 1919 e 1925, na Rua Donato 2548.
Em Villa Urquiza, morou,, por muitos anos, Enrique Delfino, exímio pianista e compositor de Tangos
inesquecíveis como: Re Fa Si, Milonguita, Griseta, La Copa Del Olvido, Aquel
Tapado de Armiño e muitos outros, chamando a atenção sua vasta atuação no
cinema, como diretor musical, onde figura: La vida és un Tango.
Outro compositor deste bairro, foi Pacífico Victor Lembertucci, que escreveu Alma Criolla, El Espectro
e o primeiro Tango gravado por Gardel, Carne de Cabaret.
Quanto ao estilo de Villa Urquiza, dá-se muita importância à elegância, observando-se a colocação correta
dos pés. Sempre se inicia com a saída com passo lateral, deslizando os pés no nível do solo, sempre juntando ao terminar as figuras. O respeito à ordem da ronda ao bailar no salão é fundamental. No abraço, deve-se obervar o eixo, com a colocação do punho em uma altura não abaixo do ombro, nem acima do queixo do condutor. É necessário o
domínio estrito da musicalidade, com o conhecimento da base, do tempo, da pausa ou silêncio, do doble tiempo, do meio tempo e da sincopa musical, ou na liguagem milonguera, o contra tempo.
É essencial conhecer plenamente a melodia e suas variações, para poder utilizar os giros, com enrosques, agulhas e lápis. Colocar  bem os ganchos, boleios, sacadas, caídas, varridas e uma técnica, muito refinada de punta-punta, taco-taco. Mas, sem nunca esquecer, a correta utilização das corridas e dos sistema paralelo e cruzado, durante as caminhadas, estas as mais elegantes e sempre, mas SEMPRE, fazer luzir a companheira.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

PERSONAGENS: Chino Perico
"O mistério de Urquiza foi Milonguita"

Uma lenda viva da milonga, o qual tenho a fortuna de conhecer, Ricardo Ponce, concedeu uma entrevista ao Jornal Diario Clarín em agosto de 2.012. Contou  segredos do estilo e de onde vem o prestígio histórico e imbatível dos salões de Villa Urquiza. Vale a leitura!

Irene Amuchástegui
Às cinco da tarde, Ricardo Ponce emerge das profundezas do Ministério da Economia. Por quase três décadas, passa oito horas por dia no segundo subsolo; sua missão improvável é garantir a transparência da carteira de Fazenda, como encarregado de Vidriería do edifício.

Ponce é conhecido nos salões de tango de Villa Urquiza, Saavedra e do Centro como Chino Perico e famoso por seu estilo de dança.Nascido em São Luís, penúltimo de doze filhos, chegou a Buenos Aires com sua mãe quatro anos, e desde quinze freqüenta clubes, milongas de tango e práticas. Ele conheceu os bailes com grandes orquestras dos defensores da Florida meados dos anos 50, e fez parte da resistência dos Gotan, Beccar nos anos 70. Ele se orgulha de nunca ter subido no palco como profissional e raramente se apresenta na pista. Perico afirma que o "milonguero perde o anjo" quando se profissionaliza.

Durante muitos anos, testemunhou muitas mudanças nas tendências em estilos de baile?

Agora, há duas ou três aulas de dança, e é esse estilo chamado de "milonguero", que não é milonguero: é um baile apertado, de passos curtos, inventados em Almagro, uma sala que não era apreciada justamente pelos milongueros, porque era um lugar para flertar. O resto, tudo o que se faz agora, em nível de passos, nós já fizemos.

A tradição mais reconhecida é a de Villa Urquiza. Como este estilo de dança que se originou identifica o bairro?

Esse estilo é ritmo e elegância. O mistério de Villa Urquiza era um senhor chamado Luis Lemos, que chamavam Milonguita. Nunca houve dançarino semelhante. Se vestia como um Doutor, Fazias paletós e sapatos sob medida, tinha uma elegância única e era um anjo quando estava dançando. Ele inspirou o estilo do bairro desde 45 em diante: os meninos não queriam superar-lo, mas, pelo menos, aproximar-se dele; naquele tempo, em Villa Urquiza, parar-se com elegância, era tudo.  Se via aqueles meninos e aquelas meninas e não se sabia quem escolher.Ficavam esticados, não tinham uma ruga. Cheguei a ser amigo de Milonguita.

Como escolhe alguém para dançar?

A verdade, eu fui mudando.  Até os 25, eu dançava com as meninas que dançavam bem. Mas então eu comecei a me aborrecer de ver as meninas que não dançavam, e uma vez que uma delas me disse: "Chino, por que você não dança uma música comigo? Se os demais me veem bailando contigo, todos me convidam, E depois: "Obrigado, Chino, dancei a noite toda". Em outra época, bailava com quem eu gostava, eu não me importava que não sabia nada, se pisava com os pés em cima dos meus. Agora eu danç com as amigas, e às vezes eu fico sentado, conversar com os rapazes, tomando uma bebida e outra. Até ouvir um tango que eu particularmente gosto, por exemplo, “Se va El tren”, de Miguel Caló, e então, sim, tenho que ir dançar.

Que orquestras prefere dançar?

Eu danço com qualquer orquestra. Em suas épocas, segui a Troilo e Pugliese. Você dança com a orquestra: se eu dançar com D'Arienzo ou Tanturi, as pausas são mais curtas; com Pugliese, elas crescem. Miguel Caló eu realmente gosto, não há melhor orquestra para encantar uma menina.

Cresceu em Buenos Aires e se tornou bailarino. Como foi sua chegada de Villa Mercedes?

Eu vim pequeno, com a pena atrás da orelha, como se diz. Era de fora. Fiquei de boca aberta olhando as casas altas.

Na milonga, também lhe custou integrar-se?


Não.Quem dança se defende na pista.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Ernesto Baffa, Poesía de bandoneón (Sub. Español)



Venho compartilhar este vídeo com todos, porque amanhã faz seis meses do falecimento deste Poeta do Bandoneón. Este instrumento mágico, composto de uma caixa de madeira, um fole e um teclado, o qual se converteu na verdadeira alma do Tango. O sentimento que emana desta caixa trouxe a genialidade ao Tango. Recomendo, ainda, o filme "El Último Bandoneón". Uma curiosidade, dizem que os bons foram herdados, como o de Piazzola que herdou de Troilo.

domingo, 9 de outubro de 2016

"Leyendas del Tango Danza"





Visões do baile de tango, depoimento de vários maestros, de diferentes estilos, reconhecidos internacionalmente que confirmam e repetem o que sempre escuto nas magistrais aulas de grandes expoentes dessa arte, em Buenos Aires, como Jorge Daniel Dispari y "La Turca" María Del Carmen Romero, sua Filha Samantha Anahy Dispari De Fina e Santiago Fina e Ernesto Balmaceda e Stella Baez: "Bailar pasos no és bailar Tango".

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O rei

O tango é muito mais que música, é uma cultura. Hoje quem baila neste espaço é um de seus ricos personagens. 
Seu nome é Ángel Sánchez Carreño, mas ficou conhecido como  “El Príncipe cubano”.

Nascido em Cuba, foi cantor e chegou em Buenos Aires em 1.924.  Por 12 anos, executou com perfeição a função de administrador de pessoal e relações públicas do mítico cabaré Chantecler. Cuidava o aspecto impecável do uniforme dos garçons e das copeiras, o penteado, as unhas. Conduzia o show e manejava o cenário com maestria.

Compôs vários tangos que tiveram sucesso como Metido,Siluetas de La tarde(gravado por Magaldi-Noda), Tortura (música de Humberto Canaro), Sublime adoración, Horas Tristes, entre outras e musicalizou Seamos amigos.

Foi quem apelidou Juan D’Arienzo como “El Rey Del compás” e com esse título compõs o tango gravado pelo prório D’Arienzo em 12 de setembro de 1.941. Sentenciou para a posteridade “Si yo soy um Príncipe, usted es el Rey…del compás.

Na década de 1.930 se incorporou a orquestra de D'Arienzo o pianista Rodolfo Biaggi, quem foi responsável por dar a marcação rítmica, pura e elementar. É um tango direto e extrovertido, ideal para o baile e em grande parte o responsável pelas pistas cheias de clubes e salões. Nada mais justa essa alcunha.